segunda-feira, 22 de março de 2010

O fim da Villa Mimosa

A Villa Mimosa, um dos últimos pulmões verdes de Canoas, agora resume-se basicamente ao casarão histórico. A grande parte da mata centenária que rodeava o imóvel foi derrubada nesta última semana. Em um ato predatório rápido e voraz, árvores centenárias foram assassinadas para que no seu lugar seja erguido um conjunto residencial.

Durante dias, e ainda agora, apenas o que se ouve no local é o som de serras elétricas, de caminhões que derrubam, juntam com suas garras metálicas frias e duras e que carregam embora o resto morto do antes capão de árvores.
Mesmo com os apelos da comunidade e com os trabalhos de entidades ambientalistas como a ONG Villa Mimosa, a Prefeitura não se sensibilizou. Foi graças a uma autorização dada pelo prefeito Jairo Jorge que as árvores foram ao chão. O documento que permitiu a ação foi assinado após uma reunião com a ONG e com representante da família Ludwig, na qual os presentes não sabiam que a autorização seria dada.
Depois que os ambientalistas e o representante da família se ausentaram, a Prefeitura e a construtora assinaram o acordo, que resultou no brutal desmatamento que pode ser observado nas últimas semanas pelos vizinhos e por qualquer pessoa que passasse pelo local.
Como se não bastasse o desrespeito com o meio ambiente ecom a opinião da sociedade canoense, a ação atentou também contra a memória daquele que foi um dos mais belos redutos verdes da cidade. Parte da madeira retirada das árvores que foram depredadas não teve qualquer utilização.
A reportagem do jornal O Timoneiro seguiu os caminhões que levavam a madeira do local em que foram derrubadas, e descobriu o triste destino que muitos troncos tiveram: foram parar no lixão do Distrito Industrial Jorge Lanner, com autorização da Prefeitura. Se derrubar a Villa Mimosa já é uma violência contra a cidade, jogar uma importante parte de sua história no lixo tem um grande simbolismo de como é tratada a questão.
E a promessa do Prefeito de que as árvores seriam replantadas. Como ficou?
Fonte: Jornal O Timoneiro on-line 21.03.2010