quarta-feira, 29 de agosto de 2012

“Pagot foi um Papai Noel para a Delta”, diz Onyx


O deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS) revelou, nesta terça-feira (28), o crescimento significativo do faturamento da construtora da Delta durante a gestão de Luiz Antônio Pagot a frente do DNIT. Segundo relato de Lorenzoni, a empreiteira teve contratos com valores que subiram de R$ 368 milhões, 2007, para R$ 805 milhões, 2011. “O senhor foi um Papai Noel para a Delta”, afirmou o deputado ao questionar o ex-diretor do DNIT em depoimento hoje na CPMI do Cachoeira.
Os valores, conforme informações do DNIT e SIAFI, representam quase o dobro dos contratos firmados ano passado com as maiores construtoras do País, como Camargo Correia e Queiroz Galvão. O parlamentar ainda relatou que entre 2007 a 2011 a Delta fechou 38 contratos com o DNIT por dispensa de licitação, o dobro do registrado em toda a história do órgão público com a mesma empresa.
Além disso, dos 368 contratos da empreiteira no período Pagot, 190 sofreram aditivos – 90 deles superiores a 25%. O dado é bem diferente da informação dada pelo ex-diretor da autarquia que mencionou um levantamento com 11% de aditivos da empresa. Onyx deu como exemplo a obra BR 101 (Florianópolis a Osório), que sofreu aditivo de mais de R$ 1 bilhão. O complemento no valor foi justificado por Pagot, como obras adicionais por exigências ambientais.
“Temos que quebrar a espinha dorsal da organização criminosa que é a Delta”, pontuou Lorenzoni ao mostrar a evolução da empresa dos últimos anos com obras públicas e suas relações com empresas laranjas.

Doações

Luiz Antônio Pagot ainda revelou ter pedido a empreiteiras com contratos com o DNIT doações para a campanha da presidente Dilma. Segundo ele, sua atitude foi motivada por uma solicitação do tesoureiro da campanha, José de Felippi. O ex-diretor da autarquia também afirmou que sua saída do DNIT foi causada por um “complô” articulado pelo dono da Delta, Fernando Cavendish, e por Carlinhos Cachoeira.