quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Para Onyx, compartilhamento de sigilos e denúncia a PGR salvam CPMI do Cachoeira

Onyx Lorenzoni
O compartilhamento dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos com o Ministério Público Federal salvará a CPMI do Cachoeira. A avaliação é do deputado Onyx Lorenzoni (Democratas-RS), autor do destaque , aprovado nesta terça-feira (18) por unanimidade, que permitirá o envio do banco de dados da comissão também a Justiça de Goiás. Os órgãos receberão a transferência de dados de cerca de 80 pessoas físicas e jurídicas. Hoje foi realizada a última reunião da CPMI com a rejeição do parecer do deputado petista Odair Cunha e a aprovação do voto em separado do deputado Luiz Pitiman (PMDB), que também compõe a base aliada do governo.”A CPMI foi muito além da investigação da Monte Carlo, muito além da investigação Vegas. Em todo corpo da Vegas e da Monte Carlo não tem um terço do que a CPMI tem hoje da base de sigilos de pessoas físicas e jurídicas. Então, é muito importante que isso consiga chegar na Procuradoria-geral da República (PGR) para casar com a denúncia que fizemos três semanas atrás”, opinou o parlamentar.

Lorenzoni afirmou que a representação entregue a PGR pelos deputados e senadores independentes da comissão também evita o fiasco da conclusão dos trabalhos ocorrida no começo desta tarde. Ele lembra que a denúncia trata da investigação sobre o DNIT e suas relações com a construtora Delta e da maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com governos estaduais. Reitera que o acervo reunido pela comissão revela um esquema de corrupção muito maior que o desbaratado pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, focadas na quadrilha de jogos ilegais comandada por Carlos Cachoeira. “Foi o maior banco de dados reunido desde a CPMI dos Correios, realizada em 2006″, disse.

Para Onyx Lorenzoni, a votação do parecer da CPMI foi uma vitória da bancada da Delta, como ele classifica e critica a presença inédita de parlamentares que participaram hoje da sessão para impedir a aprovação de um relatório final. “Vários interesses se reuniram, mas o que preponderou, triste e lamentavelmente, foi o interesse da Delta. Só faltavam os lencinhos e a champanhe francesa para comemorar a vitória que a bancada da Delta teve hoje. A turma do Cavendish só faltou estourar uma garrafa de champanhe e usar lenços na cabeça”, disse, ao relembrar as fotos polêmicas que circularam na internet de políticos e dirigentes da construtora em Paris. “A maioria da empreiteira, irrigada por grandes recursos públicos, acabou aprovando um ridículo relatório de página e meia que evidentemente nos negamos a aprovar”, finalizou.