segunda-feira, 31 de março de 2014

50 anos. Um ato de legítima defesa da democracia, da liberdade e do Brasil.

O Democratas foi fundamental para a volta da Democracia
A data de hoje marca os 50 anos do movimento militar que derrubou o presidente João Goulart do poder. Fundado em 1980, o PT tenta passar uma visão maniqueísta dessa história. Busca convencer o distintivo público que seus atuais integrantes desde sempre estiveram ao lado da democracia enquanto a maioria de seus adversários políticos defenderam o regime de exceção.
Nada mais falso. A verdade é que, infelizmente, naquele final de março de 1964 poucos grupos políticos no Brasil apostavam na continuidade da democracia.
Apoiaram o golpe personalidades tão díspares como o ex-deputado Ulysses Guimarães, o economista e conselheiro de Lula, Delfim Neto, o editor da revista Carta Capital, Mino Carta, o jornalista Alberto Dines, assim como a maioria dos jornais brasileiros. Confira na coluna de Demétrio Magnoli na Folha de S. Paulo.
Grupos de esquerda que hoje se vangloriam de ter defendido a democracia na verdade participavam de grupos de esquerda que sonhavam em implantar o totalitarismo no Brasil. Caso o projeto delirante tivesse vingado, o Brasil teria se tornado uma Coreia do Norte tropical.
Absolutamente nada justifica a tortura, os abusos as barbaridades e os abusos sofridos por Dilma Rousseff nos porões da ditadura. Mas isso não significa que a história deva ser vista com os olhares maniqueístas:
A presidente Dilma participava do grupo VARpalmares, que se autointitulava "uma organização político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo". Ou seja, nada mais longe da democracia.
Em 1984, após o frustrado movimento Diretas Já!, líderes políticos como o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, o então governador do RN, José Agripino, o ex-governador de Pernambuco, Marco Maciel, o ex-governador Antônio Carlos Magalhães, o senador por SC, Jorge Bornhausen, abriram uma dissidência no partido que sustentava o governo, o PDA, e apoiaram a candidatura oposicionista de Tancredo Neves contra Paulo Maluf na eleição indireta de janeiro do ano seguinte.
Sem essa dissidência, que recebeu o nome de Aliança Liberal, Paulo Maluf teria vencido as eleições e a ditadura poderia ter durado no mínimo mais longos quatro anos. A aliança foi fiadora da volta da democracia.
Da aliança liberal surgiu o PFL. Do PFL surgiu o DEMOCRATAS.
O mais grave nessa história, no entanto, é que o Partido dos Trabalhadores, que se posa como um autêntico democratas, se recusou a apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral de 1985.
E não foi só. O Partido expulsou três parlamentares que resolveram votar em Tancredo: Ayrton Soares, Beth Mendes e José Eudes. Confira na coluna de Eliane Catanhêde escrita em 2002. A conclusão é cristalina. O PT disse não à volta da democracia no Brasil.
Por isso tudo, soa incoerente e factualmente equivocados quando petistas aqui e ali resolveram se relembrar a data de hoje colocando Dilma como uma grande defensora da Ditadura e José Agripino como do outro lado.
Enquanto a presidente Dilma tem marcado sua gestão na defesa de ditaduras como a de Cuba, o senador José Agripino já tem no seu currículo papel crucial pela volta da democracia no Brasil. Agripino, de fato, foi prefeito escolhido de Natal em 1979. Aprovado pela população foi eleito governador de seu estado em 1982 e 1990 e senador em 1986, 1994, 2002 e 2010. Difícil alguém que tenha mais atestados de democracia.
O Democratas tem na democracia uma cláusula fundamental de seu estatuto.